Uma semana depois de Sergei Skripal e a filha, Yulia, terem sofrido um ataque com um agente letal, os habitantes de Salisbury foram aconselhados a tomar medidas preventivas para o caso de terem estado expostos, o que está a provocar uma onda de apreensão mas também de indignação na cidade.
Todos os que estiveram no mesmo restaurante e no mesmo bar que o antigo agente russo no penúltimo domingo, 4, receberam instruções para lavar imediatamente as suas roupas, assim como limpar com toalhitas antisséticas acessórios, telemóveis, óculos ou quaisquer outros objetos que tivessem consigo naquele dia.
Aos funcionários do restaurante onde o par jantar pouco antes de ser encontrado inconsciente, no chão de um centro comercial, foi dito que destruíssem toda a roupa que estavam a usar no domingo e também que procurassem um médico para fazerem exames.
Tanto no bar como no restaurante foram encontrados vestígios do agente de nervos e a responsável do departamento britânico da Saúde, Dame Sally Davies, estima que possam ter estado nos dois locais, na janela de tempo considerada de risco, cerca de 500 pessoas.
Ouvida pelo The Telegraph, Maureen Jones, 73 anos, é uma das residentes de Salisbury que não se conforma com a demora na chegada do alerta à população: “Não compreendo porque é que demoraram uma semana a dizer isto às pessoas.”
Outro residente mostrou-se preocupado com a ausência de informação: “Não estou tranquilo porque não conheço todos os factos. Quais são os efeitos a longo prazo?”, questionou-se.
A mesma apreensão é visível nas palavras dos habitantes ouvidos pela Sky News, como Cheryl Rose, “nervosa” com todo o aparato de segurança e polícia: “Não sabemos o que se passa na verdade, pois não?”
Sergei Skripal foi condenado a 13 anos de prisão em 2006 por transmitir informações secretas ao Reino Unido. Tanto o ex-agente russo como a filha continuam hospitalizados em estado crítico.