O Polo Norte só volta a ter Sol a 20 de março e devia estar a registar temperaturas das mais baixas do ano. A realidade, no entanto, é outra: chegaram a estar 20 graus acima do normal para esta altura. Com oito graus abaixo de zero, o Polo Norte registou, na segunda-feira, por exemplo, uma temperatura mais alta do que algumas partes da Europa – Por causa dos ventos do leste da Sibéria, as cidades de Varsóvia (capital da Polónia) e Oslo (capital da Noruega) registaram temperaturas inferiores às da região do Ártico.
Os “invernos mais quentes” no Polo Norto têm vindo a tornar-se mais frequentes. O aumento incomum das temperaturas ocorreu “em quatro dos últimos cinco invernos”, segundo Robert Graham, do Instituto Polar Norueguês, institituição direcionada para a investigação das regiões de alta latitude, em declarações ao Washington Post. Ainda assim, outra especialista, Ruth Mottram, do Instituto Meteorológico da Dinamarca, garantiu, em comunicado à Reuters que isso “nunca aconteceu de uma forma tão extrema”.
O aumento da temperatura é justificado pela redução do gelo no oceano Ártico devido ao aquecimento global. Com o derretimento, a água que está por baixo das calotas é exposta e, por ser mais quente, liberta mais calor para a atmosfera. Nalan Koc, diretor do Instituto Polar Norueguês, disse à Reuters que a “corrente de jato torna-se mais pesada, o que significa que o ar mais frio pode penetrar mais a Sul e um ar mais quente no Norte”.
De acordo com o Centro Nacional de Neve e Gelo dos Estados Unidos, o gelo do oceano Ártico está a registar níveis mais baixos do que o normal para o fim de fevereiro: 14,1 milhões de quilómetros quadrados, o que equivale aproximadamente ao tamanho do Egito.