Era só uma tarde normal de sábado de tarde que Roberta Ursrey e a família tencionavam passar na praia, mas podia ter terminado em tragédia se não fosse a solidariedade e a reação rápida dos outros banhistas. De 80, mais precisamente.
Ursrey tinha acabado de sair da água, quando percebeu que os filhos estavam muito mais afastados da costa do que ela contava. Tinham sido apanhados por um agueiro, uma corrente comum também na costa portuguesa que puxa para dentro e que tem motivado vários alertas. “Eles choravam e gritavam”, recordou, numa entrevista, na segunda-feira.
A família acorreu rapidamente em auxílio dos rapazes, mas em breve estavam os nove, crianças e adultos, presos na corrente, com uma altura de água superior a 4 metros. Valeu a intervenção inicial de Jessica Simmons, a que logo se juntaram outros banhistas.
Ao Panama City News Herald, Jessica Simmons conta que pensou que podia salvá-los. “Estas pessoas não vão morrer hoje”, disse para si própria, enquanto remava, numa prancha de Body Board, em direção à família aflita. Na costa, o marido dava início a uma corrente humana, a que de imediato de juntaram largas dezenas de pessoas, permitindo passar o casal Ursrey e os seus familiares, em segurança, até à praia. Ao todo, cerca de 80 pessoas deram as mãos, ao longo de quase 100 metros. As que não sabiam nadar ficaram na zona com pé, muitas outras aguentaram como puderam com água pelo pescoço.
“Ver estas pessoas de diferentes raças e géneros juntarem-se para ajudar estranhos é absolutamente maravilhoso de se ver”, escreveu Simmons no Facebook.
Mas o final feliz não pareceu sempre garantido – a mãe de Roberta Ursrey foi retirada da água inconsciente, na sequência, sabe-se agora, de um ataque cardíaco, mas está a recuperar no hospital. Uma das crianças partiu um osso da mão. Mas os nove estão a salvo, o que, a certa altura naquela tarde de sábado na Florida, parecia muito improvável.