É conhecida por MOAB, iniciais em inglês de “Mãe de Todas as Bombas”, e pela primeira vez foi usada no terreno militar. Os EUA escolheram a província de Nangarhar, Afeganistão, para experimentar a munição mais potente do seu arsenal, com cerca de dez toneladas, e atacar os túneis e subterrâneos uma facção do Estado Islâmico (ISIS-K).
O secretário para a Imprensa, Sean Spider, já confirmou o lançamento da MOAB às 19h, hora local. “À medida que aumentam as baixas na ISIS-K, estão a usar bombas de fabrico artsenal (IED), bunkers e túneis para fortalecer a sua defesa”, disse também o general John W. Nicholson, comandante das forças norte-americanas no Afeganistão, antes de acrescentar que “esta municação é mais adequada para reduzir os obstáculos e manter a ofensiva contra o ISIS”.
Por enquanto ainda não são conhecidos os danos colaterais da operação, mas um comunicado do Pentágono garante que “o ataque foi desenhado para minimizar os riscos das operações afegãs e americanas na área e maximizar a destruição dos militantes do ISIS-K e das suas instalações”. A bomba foi desenvolvida durante a guerra contra o Iraque e testada, pela primeira vez, em 2003 em terrenos controlado na Florida. Oficialmente só são conhecidas cerca de 15 unidades no arsenal norte-americano.
O lançamento da MOAB ocorre dias depois de da morte de um membro das forças especiais dos EUA, na mesma região muito próxima da fronteira com o Paquistão. No espaço de uma semana é o segundo ataque militar norte-americano autorizado pelos Presidente Donald Trump – primeiro contra uma base síria, controlada pelo regime de Bashar al-Assad, como resposta a um ataque com armas químicas, e agora no teatro de guerra afegão. A vaga de beligerância de Trump coincide com a proximidade dos cem dias na Casa Branca e com a fraca popularidade do presidente no início de mandato.
A guerra dos EUA no Afeganistão dura há 16 anos e o anterior Presidente dos EUA, Barack Obama, tinha como objectivo reduzir o número de efectivos no país dos atuais 10 mil para 5500 este ano. A ofensiva talibã, no entanto, mudou os planos da Casa Branca e Obama admitiu manter 8400 militares no terreno afegão até ao fim deste ano.
Uma grande parte das forças da NATO já abandonaram o Afeganistão no final de 2014, com muitas baixas – cerca de 2400 mortes e 33 mil feridos no final do ano passado. Os EUA registaram 2400 baixas, o Reino Unido mais de 450 e o Canadá cerca de 160. Desde 2001, os EUA gastaram cerca de 100 mil milhões de euros na guerra do Afeganistão.