Uma derrota “amarga” e “uma nova experiência”, foi assim que o secretário-geral do Partido Democrata-Cristão (CDU) alemão, Peter Tauber, citado pelo jornal britânico The Guardian, apelidou o resultado eleitoral deste domingo na região de Macklenburg-Vorpommern, onde a CDU é encabeçada no parlamento nacional pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que continua a ver a sua popularidade a diminuir um ano depois de ter sido aprovada a entrada de refugiados no país, um assunto que dominou, praticamente, toda a campanha.
Os números não mentem. A preferência de 21,8% dos eleitores recaiu sobre o partido populista e anti-imigração, Alternative für Deutschland (AfD) – em português Alternativa para a Alemanha – o que representa uma vantagem de quase três pontos percentuais sobre a CDU (19%). A votação na região foi liderada pelo Partido Social-Democrata (SPD) que conseguiu reunir 30% dos votos.
Este resultado numa região predominantemente rural e quase intocada pela presença de migrantes representa uma derrota simbólica para a CDU e o SPD, partidos que formam um governo de coligação, com as eleições na região de Berlim-Brandeburgo a ocorrerem no dia 18 de Setembro. As eleições regionais são encaradas pelos partidos como um ensaio-geral para as legislativas que vão ter lugar no próximo ano. O resultado vem também cimentar a boa prestação do AfD nas eleições regionais alemãs, onde somou uma vitória sobre o SPD, na região de Saxónia-Aanholt, tendo alcançado 24% dos votos.
Erwin Sellering, candidato e atual líder do governo regional cessante, admitiu “estar cheio de problemas por causa do AfD” e para assegurar governo na região deverá de formar coligação com a CDU, tal como aconteceu aquando da realização das últimas eleições, em Setembro de 2011.
Leif-Erik Holme, candidato pelo AfD, afirmou que “a cereja no topo do bolo” foi ter conseguido deixar o partido da chanceler para trás. O jovem partido, criado em Abril de 2013, pretende continuar com a boa prestação nos escrutínios regionais, onde já conseguiu assegurar presença em 9 dos 16 parlamentos regionais alemães.