Nas redes sociais a proibição do burkini tem sido alvo de opiniões negativas por parte dos seus utilizadores. Estes já descreveram a lei como islamofóbica, misógena e um atentado à liberdade de expressão. Christian Estrosi, governador da região de Provença-Alpes-Costa Azul, não gostou da reação e já ameaçou avançar com os meios legais para parar com a partilha das fotos que têm corrido mundo. Segundo o governador francês, os agentes da autoridade estavam “apenas a fazer o seu trabalho”.
Nesta região, a peça de roupa que cobre todo o corpo é proibida e a polícia tem liberdade de agir caso alguém que esteja a usar a peça frequente os seus areais. O incidente que tem corrido mundo, ocorreu em Promenade des Anglais, perto de Nice, onde ocorreu o atentado que marcou o Dia da Bastilha, no dia 14 de Julho.
A fotografia que tem feito manchetes mostra uma mulher sentada a despir o seu burkini azul enquanto está rodeada por três polícias armados. Para além de ter sido obrigada a despir a peça de roupa, foi-lhe passada uma multa e ainda foi avisada sobre a proibição em vigor. Desde que a lei foi aprovada em 15 munícipios franceses, já foram multadas 24 mulheres. Também um vídeo que mostra a polícia a expulsar uma mulher da água por usar um hijab tem sido partilhada em massa nas redes sociais.
Respondendo à contestação, Estrosi, disse que “já foram preenchidas queixas contra aqueles que partilharam as fotografias e ameaçaram os policiais através das redes sociais”. O político pensa ainda que a utilização do burkini “enfraquece” os valores franceses, cita o The Independent.
O Conselho Francês da Fé Muçulmana já pediu uma reunião urgente com o Ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, por “medo de estigmatização do povo muçulmano”. A proibição também tem sido tema de discussão política, com os partidos Socialista e Verde a condenarem a proibição.
Um recurso contra a proibição já foi interposto e começou a ser analisado pelo Conselho de Estado Francês esta quinta-feira que tem até 48 horas para revelar a sua decisão.