Da adoção do calendário ocidental e do alfabeto latino, em 1923, às tentativas frustradas de adesão à União Europeia, que já duram há mais de uma década sem compromisso à vista, esta cronologia da relação da Turquia com a Europa enquadra o artigo da VISÃO desta semana sobre o golpe de Estado falhado no país que separa o velho continente da Ásia. Que deixou o presidente Recep Tayyip Erdogan com poder reforçado.
1923 Na sequência da I Guerra Mundial, o Império Otomano desfaz-se e, sob a liderança de Mustafa Kemal Ataturk, é criada a Turquia: uma república que se pretendia moderna e laica como as europeias e que adotou o calendário ocidental (gregoriano) e o alfabeto latino
1952 Turquia adere à NATO após ter participado na Guerra da Coreia, sob a bandeira da ONU
1959 Governo turco inicia processo para se tornar membro associado da então Comunidade Económica Europeia (CEE). O acordo de associação inicia-se em 1964
1970 Ancara e Bruxelas assinam protocolo para que a Turquia se torne membro de pleno direito da CEE
1980 Cinco anos depois da invasão turca de Chipre e de mais um golpe militar no país, as relações com Bruxelas ficam congeladas
1987 Governo turco pede formalmente adesão às Comunidades
1996 Turquia e a União Europeia (ex-CEE) celebram um acordo aduaneiro para liberalizar o comércio entre si
1999 A UE, cuja Comissão era liderada por Romano Prodi, reconhece oficialmente a Turquia como candidata à adesão
2002 O novo governo do Partido da Justiça e Desenvolvimento (de Recep Tayyip Erdogan) vê aprovado no parlamento várias reformas exigidas por Bruxelas, incluindo a abolição da pena de morte e o reconhecimento dos direitos das minorias.
2005 Começam as negociações do processo de adesão. Dois terços dos turcos querem estar na UE
2010 O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, opõem-se ao avanço das negociações. Bruxelas acusa Ancara de não cumprir várias reformas
2016 Negociações continuam mas a Turquia só poderá aderir se houver unanimidade dos 28 Estados da UE. Mais de dois terços dos turcos rejeitam agora a entrada no clube comunitário