Jo Cox recebeu mensagens ameaçadoras há três meses. “Comunicações maliciosas”, como denunciou às autoridades a deputada inglesa ontem assassinada em plena luz do dia, à porta de uma biblioteca, na localidade de Birstall.
Segundo avança o jornal The Times, a Polícia deteve um suspeito pouco depois de ter sido alertada, mas não era Thomas Mair, o presumível agressor que ontem esfaqueou e baleou a mulher de 41 anos. De qualquer forma, de acordo com o diário britânico, estava a ser ponderado um reforço de segurança para esta defensora da continuidade do Reino Unido na União Europeia, quer no seu círculo eleitoral, onde ocorreu o crime, quer no seu barco casa, em Londres.
Por precaução, um porta-voz do Governo aconselhou todos os deputados a reverem os seus procedimentos de segurança. Desde 1990 que um deputado britânico não era assassinado.
Está por esclarecer se existiram motivações políticas para o crime que vitimou a representante do Partido Trabalhista, uma semana antes do referendo que vai decidir a continuidade ou a saído do Reino Unido da União Europeia. Várias testemunhas indicam que ouviram o atacante gritar “Briton first” (o Reino Unido está primeiro), mas Thomas Mair também tem um historial de problemas de saúde mental, já confirmado pelo seu irmão.
“Não, a minha dor é muito forte”
Fazila Aswat, assistente de Jo Cox, segurou-a nos braços depois do ataque e foi a última pessoa a falar com ela. Tinham acabado estacionar junto à biblioteca onde a deputada se ia reunir com os seus eleitores, em encontros individuais, quando o agressor atacou, segundo o relato do pai de Fazila à ITV News. “A minha filha diz que havia muito sangue. Disse ‘Jo, levanta-te’ e ela respondeu-lhe: ‘Não, a minha dor é muito forte'”, contou Gulham Maniyar. “Penso que essas foram as últimas palavras de Jo”.