O homem suspeito de ter baleado e esfaqueado a deputada britânica Jo Cox assumiu, num artigo de jornal publicado há seis anos, que trabalhar como voluntário funcionava como uma terapia para os seus problemas de saúde mental.
Thomas Mair, lia-se no diário Huddersfield Daily Examiner, soube que o parque natural de Birstall estava a aceitar trabalhadores em regime de voluntariado através de um centro de dia para pessoas com perturbações mentais. Propôs-se e foi aceite.
“Posso dizer honestamente que me fez melhor do que toda a psicoterapia e medicação do mundo”, relatou ao jornal ao referido local.
Os atuais vizinhos descrevem-no como alguém que vive em Birstall há mais de 30 anos e que há cerca de 20, depois da morte da avó e da mãe, passou a viver sozinho. Não lhe conhecem qualquer trabalho e dizem que subsiste à custa de biscates como jardineiro.
Nas declarações de 2010 ao Huddersfield Daily Examiner, Thomas Mair dizia que “muitas pessoas que sofrem de doenças mentais são desligadas da sociedade e sentimentos de inutilidade são também comuns principalmente em situações de desemprego de longo prazo”. Segundo ele, “todos estes problemas são aliviados ao fazer trabalho voluntário”, como era o seu caso naquela altura. “Sair de casa e conhecer novas pessoas é positivo, mas mais importante, na minha opinião, é desempenhar tarefas que exijam um esforço físico e sejam úteis”. Explicava porquê: “Quando se termina há um sentimento de dever cumprido que é emocionalmente compensador e nos preenche psicologicamente”.
Em jeito de conclusão para defender os benefícios do voluntariado, Mair garantia que “para pessoas que não têm possibilidade de ter um emprego pago a tempo inteiro por uma série de razões, o trabalho de voluntariado oferece uma terapêutica alternativa”.
A Polícia montou um perímetro de segurança à volta da casa do suspeito e os especialistas forenses estão a examinar o interior.