A VII Cimeira das Américas começou sexta-feira no Panamá, com a presença de 35 dirigentes do continente americano, incluindo os presidentes norte-americano e cubano, que se vão reunir para continuar o processo de reconciliação entre os respetivos países, depois de já terem apertado as mãos, durante a cerimónia fúnebre do antigo presidente sul-africano Nelson Mandela, em desembro de 2013.
Para a história fica um aperto de mão em mais uma demonstração de reaproximação diplomática entre os EUA e Cuba.
Barack Obama e Raul Castro, separados pelos presidentes do Equador e El Salvador, ficaram na segunda de três filas no centro de convenções da capital do Panamá, enquanto soava o hino nacional do país anfitrião do evento considerado histórico.
Obama e Castro vão reunir-se à margem da cimeira, num encontro que figurará como o primeiro entre os presidentes dos Estados Unidos e Cuba em mais de meio século. Esta semana, e antes da Cimeira das Américas, em que são aguardados progressos históricos entre Washington e Havana, os dois líderes falaram ao telefone, segundo revelou fonte oficial da Casa Branca.
Momentos antes do início da Cimeira das Américas, a decorrer no Panamá, o Presidente norte-americano, Barack Obama, afirmou que os atos de “interferência com impunidade” dos Estados Unidos na América Latina acabaram.
“Os tempos em que achávamos que os Estados Unidos poderiam interferir com impunidade acabaram”, disse Barack Obama, num discurso proferido num fórum da sociedade civil organizado à margem da cimeira.
No discurso, Barack Obama salientou também que as “nações fortes não têm medo” da sociedade civil e explicou que, quando os Estados Unidos defendem alguém que está na prisão por questionar o poder, o fazem porque “é correto”. sociedade civil é a “consciência dos nossos países”, insistiu Barack Obama, cujo discurso foi interrompido várias vezes por causa dos aplausos.
A 17 de dezembro de 2014, Obama e Castro anunciaram em simultâneo uma aproximação histórica entre Washington e Havana, que não têm relações diplomáticas oficiais há mais de 50 anos. E, após o anúncio, as duas partes já realizaram várias rondas negociais. Tudo indica que o encontro vai terminar sem uma declaração conjunta perante a falta de consenso devido às tentativas de Caracas de impor uma crítica à política dos Estados Unidos contra a Venezuela.