A investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), batizada “Swissleaks”, revela documentos fornecidos por um informático, Hervé Falciani, ex-trabalhador do HSBC em Genebra, ao jornal francês Le Monde e partilhado com aquele consórcio e com jornalistas de mais de 40 países.
Portugal surge em 45.º lugar na lista de países que constam da informação divulgada, com um total de 969 milhões de dólares (855,8 milhões de euros) depositados no HSBC, distribuídos por 778 contas bancárias de 611 clientes.
Das 778 contas bancárias, 531 foram abertas entre 1970 e 2006, e dos 611 clientes com ligações a Portugal, 36 por cento tem passaporte português, indicam as informações divulgadas pelo ICIJ.
A informação divulgada refere ainda que a maior quantidade de dinheiro de um cliente do banco ligado a Portugal é de 161,8 milhões de dólares (142,9 milhões de euros), mas a identidade não é revelada.
Os jornalistas analisaram cerca de 60.000 ficheiros, alguns dos quais com informações que denunciam que o banco tinha conhecimento de práticas ilícitas de alguns clientes.
O ICIJ publica informação sobre 61 pessoas, onde não surge qualquer personalidade portuguesa, mas inclui, por exemplo, Mohammed VI, rei de Marrocos, Abdullah II, rei da Jordânia, o designer de moda Valentino, a modelo Elle McPherson, o ator Christian Slater, o banqueiro Edouard Stern e o motociclista Valentino Rossi.
A informação agora divulgada diz respeito a contas no valor de mais de 100.000 milhões de dólares de 106.000 clientes de 203 países.
As informações foram partilhadas pelo ICIJ em http://www.icij.org/project/swiss-leaks/about-project-swiss-leaks.
Apesar de expor estes documentos, o consórcio de jornalistas afirma que não pretende “sugerir ou presumir que quaisquer pessoas, empresas ou entidades mencionadas nos dados da informação revelada tenham violado a lei ou tenha tido outro tipo de conduta imprópria”.