Nicólas Maduro apresentou o seu plano para 2015 numa mensagem à nação. A expectativa em relação a esta declaração do Presidente era grande, pois seria dado a conhecer as soluções para enfrentar a queda do preço do petróleo, que representa a principal fonte de rendimento deste país. O presidente, no discurso que durou perto de três horas, evitou estas questões referindo, no entanto, que o país enfrentará dificuldades.
“O barril de crude caiu de 96 para 40 dólares, mas não nos faltam os recursos,” referiu Maduro tendo, em seguida, tranquilizado o povo venezuelano. “O petróleo nunca vai voltar aos 100 dólares, mas Deus proverá. Jamais faltará à Venezuela.” Recorde-se que o Presidente Maduro visitou a China, Rússia e Médio Oriente em busca da ajuda destes países para aliviar a crise mas regressou sem qualquer tipo de contribuição.
Em pouco menos de três horas, o Presidente atacou adversários, declarou-se como vítima de um plano com o objetivo de o fazer cair e procurou conectar-se com o desmotivado eleitorado chavista. Na sequência disto o Governo irá, entre outras coisas, aumentar, a partir de dia 1 de Fevereiro, o salário mínimo e as pensões em 15%. Tudo isto será realizado tendo em vista a “inversão social”, que o Governo assume ser o seu grande compromisso com as maiorias mais afetadas pela inflação de 63%, a mais alta do mundo.
Por outro lado, o preço da gasolina, que era até agora um dos mais baixos do mundo neste país, irá aumentar. O sucessor de Chávez chegou mesmo a referir que está na hora de cobrar o combustível.
Maduro garantiu, ainda, que não haverá mudança de modelo, nem se tomarão decisões que se desviem do caminho do socialismo e da inspiração cubana que o chefe de Estado tem como sua Bíblia pessoal. “Não enfrentaremos a crise com as fórmulas do Fundo Monetário Europeu, nem com um governo de direita,” reforçou.