A investigação vai centrar-se em 220 crianças alegadamente violadas ou vexadas na base naval de Leeuwin, na Austrália Ocidental, e os 70 cadetes entre os 15 e 16 anos que foram alvo de supostos abusos sexuais ou maltratos na Academia Australiana das Forças de Defesa em Camberra.
Até agora, cerca de 500 elementos das Forças Armadas, na reserva ou no ativo, foram indemnizados com verbas até 46.335 dólares (33.404 euros) devido a este género de agressões, refere o diário “The Australian”.
Dos 500 casos, 45 são referidos à polícia para uma possível imputação penal por acusações que incluem violação tanto de homens como de mulheres, ameaças, agressões e intimidação.
A equipa que está a investigar o caso e espera respostas das Forças Armadas às denúncias feitas está a preparar um relatório que inclui os abusos cometidos na base de Leeuwin que será apresentado ao ministro da Defesa, David Johnson, e ao Procurador-Geral, George Brandis, no mês de junho, revelou ao “The Australian” o presidente do grupo de investigação, Len Roberts-Smith.
O grupo de trabalho foi criado em novembro de 2012 para investigar uma série de supostos casos de abusos sexuais que foram conhecidos depois da divulgação, um ano antes e através da rede Skype, de relações sexuais mantidas entre uma cadete e um companheiro sem o consentimento da mulher.
Desde então, a equipa já recebeu mais de 2.400 queixas.
Em julho de 2012, o Governo australiano tornou público um documento em que eram detalhados 847 casos de abusos, violações sexuais e outros alegados crimes denunciados nas Forças Armadas e perpetrados contra menores desde a década de 1950.