“Não mudei o meu comportamento na hora de me comunicar e tenho uma lógica consistente nas minhas conversas. Qualquer um que fale comigo ouvirá sempre o mesmo”, disse Merkel, na conferência de imprensa, no final do primeiro dia do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Ao ser questionada se espera por um pedido de desculpas por parte dos Estados Unidos, a chanceler disse que o mais importante agora é que se crie de novo “uma base para o futuro” entre ambos os líderes, dado que a confiança foi abalada, algo que os 28 também sublinharam com “preocupação”.
Apesar disso, realçou, “todos sabemos que temos muitos desafios juntos no mundo, os quais só poderemos enfrentar com os olhos postos no futuro”, o que, por outro lado, só se poderá fazer “com mudanças reais e não com palavras” por parte de Washington.
Angela Merkel não quis, no entanto, comentar a conversa com o Presidente norte-americano, Barack Obama, a propósito da alegada espionagem ao seu telemóvel.
Washington não esclarece alegadas escutas a Merkel
Por seu lado, o Governo dos Estados Unidos continua sem esclarecer se espiou ou não no passado um telemóvel da chanceler alemã e reitera que atualmente não está a monitorizar as suas comunicações nem o pensa fazer no futuro.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, escusou-se quinta-feira, na sua conferência de imprensa diária, a responder à pergunta se os serviços secretos norte-americanos espiaram no passado o telefone de Merkel e argumentou que o Governo não vai falar publicamente sobre isso.
Segundo o diário “Die Welt”, os serviços secretos alemães suspeitam que os EUA escutaram um telemóvel que Merkel usou entre outubro de 1999 e o passado mês de julho.