O ex-chefe de Estado foi interrogado quinta-feira durante mais de 12 horas no palácio de Justiça de Bordéus por três juízes, para saber se aproveitou a debilidade psicológica da então octogenária para financiar a sua campanha eleitoral de 2007. No final da audiência, Sarkozy poderia ser acusado ou colocado sob este estatuto mais benévolo, que reflete que os juízes não encontraram provas suficientes para o acusar, mas permite uma acusação posterior.
O estatuto jurídico de “testemunha assistente” é uma variante intermédia entre o de simples testemunha e arguido.
Os juízes querem determinar se o dinheiro de Liliane Bettencourt, enfraquecida psicologicamente desde setembro de 2006, serviu em proporções que ultrapassam largamente os máximos legais autorizados, e sem que tenha dado um consentimento claro, para financiar a campanha de Sarkozy em 2007.
O caso foi desencadeado pela ex-contabilista da família Bettencourt, que declarou à polícia em julho de 2010 que Patrice Maistre, antigo homem de confiança dos Bettencourt, lhe tinha pedido 150 mil euros em dinheiro para entregar a Eric Woerth, na altura tesoureiro da campanha de Nicolas Sarkozy.
Esta é a segunda vez desde o início da 5.ª República, em 1958, que um antigo chefe de Estado francês é convocado por um juiz, depois de Jacques Chirac, condenado no ano passado em dois casos relacionados com empregos fictícios na Câmara de Paris.