O Superior Tribunal Militar vai manter a condenação do sargento Laci de Araújo e do ex-sargento Fernando Alcântara de Figueiredo. Os dois ficaram conhecidos por terem assumido a sua homossexualidade e uma relação de 13 anos.
Fernando Alcântara disse ao G1 que vão recorrer ao Supremo Tribunal Federal, alegando restrição de defesa. Apesar de terem sido condenados à prisão em regime aberto, os militares podem recorrer da decisão em liberdade.
A história dos militares foi contada pela revista “Época”, em maio de 2008. Araújo foi condenado a um ano, três meses e 15 dias de prisão por não se ter apresentado ao serviço (deserção), exatamente depois de revelar que é homossexual. O sargento alegou, na ocasião, que não se apresentou por motivos de saúde.
No dia seguinte à prisão do companheiro, Alcântara deu uma entrevista ao Jornal Nacional a dizer que Araújo tinha sido vítima de maus tratos e tortura ao ser transferido da prisão em São Paulo para Brasília. O tribunal decidiu que Alcântara deveria ser preso durante oito meses por desacato.
Os militares foram acusados de “denegrir” a imagem do Exército. “Os sargentos sabiam que os militares da escolta eram inocentes e mesmo assim insistiram em dizer, em rede nacional, que os militares cometeram as agressões. O sargento Laci teve o dolo de caluniar”, afirmou o juiz.