Um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA) vai revelar esta quarta-feira novos detalhes sobre o alegado desenvolvimento na construção de armas nucleares pelos iranianos.
A China pediu esta terça feira ao Irão para cooperar “com sinceridade”. Teerão deve “implicar-se numa cooperação séria com a Agência” e a AIEA deve mostrar-se “justa e objetiva”, declarou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei.
Na segunda feira, o diário norte-americano Washington Post noticiou que o Irão ultrapassou etapas essenciais para construir uma bomba nuclear com a ajuda de cientistas estrangeiros.
Foi apontado o nome Vyacheslav Danilenko, um cientista da ex-União Soviética, que foi alegadamente contratado para o Centro de Investigação Física do Irão nos anos 90, o qual tem ligações ao programa de energia nuclear. Não existem provas de que Moscovo tivesse conhecimento deste facto.
A Agência Atómica da Rússia ainda adiantou que nada tem que ver com os alegados projetos iranianos de utilização da energia atómica para fins militares, declarou um porta-voz à agência noticiosa russa Interfax.
“Nem a Agência Atómica da Rússia, nem as suas empresas têm qualquer ligação aos projetos iranianos de utilização da energia atómica, exceto ao projeto da central nuclear de Bushehr e ao fornecimento de isótopos medicinais”, precisou.
O Presidente russo, Dimitri Medvedev, advertiu hoje Israel e outros países contra o uso de “retórica militar” no que se refere ao programa nuclear do Irão, em conferência com o homólogo alemão, Christian Wulff, em Berlim.
“Tudo isso poderá terminar numa grande guerra, o que seria uma catástrofe para o Médio Oriente”, sublinhou o chefe de Estado russo.
Mahmoud Almadinejad, o presidente do Irão acusou ontem Israel e os EUA de ‘angariar’ suporte global para um ataque militar às instalações nucleares iranianas, que o país defende serem para fins civis e médicos.
O Presidente de Israel, Shimon Peres, afirmou que a possibilidade de um ataque militar contra o Irão está “mais próxima que a opção diplomática”, numa entrevista dada no domingo à televisão israelita.
“Esta entidade [Israel] pode ser comparada a um rim transplantado num corpo que o rejeitou. Vai entrar em colapso e o seu fim está perto”, disse Almadinejad, após a declaração de Shimon Peres.
Já em relação aos EUA Mahmud Ahmadinejad reafirmou hoje que o Irão “não precisa da bomba atómica” para enfrentar os EUA e os seus aliados, a horas da divulgação do relatório da AIEA que reforça as suspeitas sobre os fins militares do programa nuclear iraniano.
“Os Estados Unidos, que têm 5.000 bombas atómicas, acusam-nos imprudentemente de fabricarmos a arma atómica, mas eles devem saber que se quisermos cortar a mão que eles estenderam sobre o mundo não precisaremos da bomba atómica”, afirmou o Presidente do Irão, citado no ‘site’ da televisão estatal.
“Podemos atingir os nossos objetivos recorrendo ao pensamento, à cultura e à lógica”, acrescentou o Presidente iraniano, acusando os Estados Unidos de pilharem as riquezas dos povos e de os humilharem.