Dominique Strauss-Kahn , ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), deu a primeira entrevista desde que rebentou o escândalo que o levou à prisão, em Nova Iorque. A entrevista realizou-se no último domingo, no canal TF1, e nela Strauss-Kahn admitiu que teve uma “falha moral” no quarto de hotel em Nova York, no dia 14 de maio. Mas negou que tenha cometido algum ato violento contra uma das camareiras.
“O que houve foi uma relação inapropriada”, definiu Strauss-Kahn, antes de afirmar que foi “mais grave que uma debilidade: foi uma falta moral”. O político lamentou ainda ter “faltado com sua promessa aos franceses”, naquele que foi o telejornal do canal público francês com maior audiência de sempre.
A camareira Nafissatou Diallo, de 32 anos, acusou o político francês de a ter tentado violar. O escândalo levou à saída de Strauss-Kahn do FMI, mas o processo acabou por ser arquivado pela justiça norte-americana.
A acusação atrapalhou também as ambições políticas de Strauss-Kahn. Na entrevista, ele confirmou que queria ser candidato à presidência francesa em 2012, mas que, depois de tudo o que aconteceu, está fora da corrida: “Evidentemente, não serei candidato.”
“Não sou candidato a nada e tenho intenção de descansar. Vou-me dar tempo para refletir”, disse DSK.
“Grécia não consegue pagar”
Como ex-diretor-geral do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn falou também da crise na zona euro e defendeu que forçar a Grécia a pagar as suas dívidas irá empobrecer o país de forma inaceitável, e que todos devem estar disponíveis para aceitar perdas com a dívida grega.
“Eles não conseguem pagar”, afirmou Strauss-Kahn, “Os esforços dos líderes europeus foram demasiado pequenos ou demasiado tardios, ou ambas as coisas, demasiado pequenos e demasiado tardios”, sustentou.