Quatro dias depois do sismo, seguido de tsunami, que devastou o Japão, as autoridades nipónicas lutam agora sobretudo para tentar conter a ameaça nuclear que representa a central nuclear de Fukushima Daiichi, a nordeste de Tóquio, seriamente danificada.
Já esta terça-feira, a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) confirmou que o incêndio no reator 4 da central nuclear libertou substâncias radioativas para a atmosfera.
Será essa nuvem radioativa que, alerta a embaixada de França, se encontra a caminho de Tóquio, onde poderá chegar já nas próximas horas.
“As autoridades japonesas informaram hoje a AIEA às 04h50 (03h50 em Lisboa) que o tanque do combustível usado no reator nuclear 4 da Fukushima Daiichi estava a arder libertando radiotividade diretamente para a atmosfera”, referiu a AIEA em comunicado.
Segundo o primeiro-ministro japonês, o risco de libertação de mais material radioativo permanece “muito alto”.
A Tokyo Electric Power Company, dona da central nuclear, já evacuou todos os funcionários, com exceção de 50, uma vez que os níveis de radiação aumentaram para valores que poderão ter “impacto na saúde humana”. Na central, os níveis de radioatividade são já 160 vezes superiores aos que uma pessoa recebe de fontes naturais ao longo de um ano inteiro.
Todos os habitantes na região, num raio de 20 quilómetros, receberam também já ordem de evacuação e quem viva entre 20 a 30 quilómetros de distância tem instruções para permanecer dentro de casa.
Mas mesmo em Tóquio, embaixadas e multinacionais estão a aconselhar os funcionários a abandonarem a cidade e muitos habitantes tentam fugir rapidamente da capital.
Para já, os níveis de radioatividade na capital japonesa estão acima do normal, mas ainda sem representar perigo para a saúde, segundo fontes oficiais, citadas pela France Press.