Num discurso na Assembleia Nacional, centrado nas graves dificuldades económicas do país, Raul Castro reconheceu os obstáculos do socialismo cubano, mas frisou que este sistema político e social, dirigido por um partido único, não é negociável, ao contrário do que lhe pede a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e a União Europeia.
“Vejo-me na obrigação, com todo o respeito que lhe é devido, de responder à sra. Clinton, mas também à União Europeia, que reclama gestos unilateriais para derrubar o nosso sistema social e político”, disse Raul Castro.
“Não me elegeram presidente para restaurar o capitalismo em Cuba, nem para entregar a revolução. Fui eleito para defender, manter e continuar a aperfeiçoar o socialismo e não para destrui-lo”, disse Castro na Assembleia Nacional.
Raul Castro reiterou a intenção de estabelecer com Washington “um diálogo respeitador, entre iguais”.
“Estamos prontos para falar de tudo, mas não para negociar o nosso sistema político e social. Nós devemos respeitar as nossas diferenças”, acrescentou, lamentando que o embargo norte-americano continue “intacto” depois da chegada de Barack Obama à Casa Branca.
O governante afirmou que as medidas de Barack Obama, que decidiu em Abril o levantamento das restrições às viagens e às transferências de dinheiro de cubano-americanos, ainda não foram colocadas em prática.
No discurso de sábado na Assembleia Nacional, que reúne duas vezes por ano, Castro voltou a reclamar a “restituição” do território da base naval de Guantanamo.