“Gostaria de ler alguma coisa para o meu primo: seu nome é Silvio Barbato, seu nome é Silvio amor. Abre-se primeiro acto do genial compositor. O avião descola na pista e Silvio abraça o cientista, é artista, é herói, saudade da pátria lhe dói”, declarou Ana Cláudia Bonaccorsi, prima e amiga do músico, que era uma das 228 pessoas a bordo do airbus da Air France desaparecido quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris.
Em referência a uma obra composta por Silvio Barbato, Ana Claudia pronunciou: “Terra Brasilis estima, leva outra obra prima, compõe nas alturas melodias de um guerreiro. A maestria do Barbato entoa a mais linda canção.”
Ela disse ter ainda muitas esperanças. “Por muito tempo, fiquei achando que ele está vivo. Eu fico falando para ele: luta guerreiro!”
“Eu acho que muitos familiares ainda acreditam, como eu, que tem gente viva, que tem gente lutando ainda para sobreviver, para falar que voltou”, crê.
Silvio Barbato compôs várias obras, foi condecorado com a Medalha do Mérito Cultural da Presidência da República e com a Ordem do Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores.
“Só quem está na pele do que aconteceu é que pode saber a dor, a dor é muito grande”, disse a prima e amiga ao referir que ficou em estado de choque quando soube da notícia do desaparecimento.
“No fundo eu acredito que ele está vivo”.
Silvio Barbato morava no Rio de Janeiro e deixou mulher e filhos.
Foi realizado hoje no Rio de Janeiro uma cerimónia ecuménica em memória às vítimas do voo AF447 da Air France que reuniu cerca de mil pessoas na Igreja da Candelária.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e o seu homólogo Francês, Bernard Kouchner, estiveram presentes na cerimónia que durou cerca de uma hora.
Representantes de oito religiões e confissões, como as igrejas Católica, Anglicana, Luterana, Presbiteriana, e também um representante islâmico, compareceram ao culto e pronunciaram palavras de conforto aos parentes, amigos e brasileiros que acompanharam a missa.