As sondagens não lhe têm sido favoráveis. Rui Rio resiste como pode e até desdenha alguns trabalhos “encomendados” que chegaram a mostrar um PSD na casa dos 20% nas próximas legislativas. Só na noite eleitoral o líder social-democrata aceita olhar para os números, mas já vai admitindo que, a 6 de outubro, o seu lugar também vai a votos.
Foi em entrevista à Antena 1. Questionado sobre se a sua liderança estava em cima da mesa nas legislativas, Rio não se perdeu em redundâncias na resposta. “Claro, isso joga-se sempre, se o PSD tivesse um resultado baixíssimo, o que é que uma pessoa fica lá a fazer? Em cada resultado eleitoral, seja qual for, joga-se sempre o futuro de cada líder partidário, em qualquer parte do mundo”, admitiu, pela primeira vez.
Importava, portanto, perceber o que é, na leitura de Rui Rio, um “resultado baixíssimo” para o PSD. Aí, a resposta já não foi tão direta. Mas ficaram algumas pistas sobre aquilo que o líder social-democrata tem em mente. “Sinceramente, não pensei nisso, claro que há de haver uma fasquia abaixo do qual é muito mau, e acima do qual é muito bom”, começou por dizer. Mas que resultado é esse, afinal? “Depende”, disse aos microfones da Antena 1. “Se quiser olhar para estas sondagens que vão saindo, quase que parece que se tivesse 20% era uma vitória fabulosa, dizem que isto vai tudo desaparecer… Obviamente que 20% era muito mau, mas o resultado que, antes de 6 de outubro, o PSD e o PS têm de definir para si é a vitória”, acabou por admitir.
Ficam duas notas da mais recente entrevista de Rio. Por um lado, o presidente do PSD coloca em cima da mesa o seu futuro enquanto líder do partido. Se correr mal na noite de 6 de outubro, é pouco provável que continue na São Caetano à Lapa. Por outro lado, percebe-se que um resultado a rondar os 20% dos votos – e uma distância de cerca de 15 pontos face ao PS, a julgar pelo grosso das sondagens – seria “muito mau”.