“Vivemos neste permanente sobressalto de um Governo com casos e mais casos e incapaz de dar respostas, enredado sempre em meias respostas que se vão contradizendo”, afirmou Catarina Martins no encerramento da sessão sobre habitação “Onde Vamos Viver?”, que decorreu em Lisboa, e em que não houve disponibilidade para a líder política responder a questões dos jornalistas.
Na intervenção que fez para as cerca de 70 pessoas que encheram o espaço da Galeria Fernando Pessoa para discutir os problemas da habitação, a líder do BE afirmou que “há um país que está mesmo interessado em resolver os problemas que tem, as crises que tem, para lá do caso quotidiano”.
“Está a ser muito difícil debater soluções para o país, porque estamos a viver nesse permanente sobressalto de cada caso que vai sucedendo”, declarou a bloquista, apontando os casos do ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e do ministro das Finanças, Fernando Medina.
“O ex-ministro das Infraestruturas, pelos vistos, sabia que a TAP tinha pagado meio milhão de prémio a Alexandra Reis. O ministro das Finanças continua a garantir que paga sempre todas as contas sem nunca olhar para a fatura, aliás, entretanto, a única fatura de que fala, e que é também tema, é dizer que não pode haver despesa estrutural na educação e, portanto, estar a anunciar ao país que qualquer negociação entre o Ministério da Educação e os professores é uma farsa, porque não haverá condições, não haverá investimento nas condições de trabalho das escolas”, expôs.
Catarina Martins disse ainda que o país tem vivido “esta perplexidade de um Governo que convive tão bem com o privilégio da elite de uma forma tão displicente, não sabendo quem é que autorizou o quê, quando…tudo tão normal”.
Além de criticar a forma de governar, a coordenadora do BE acusou o Governo de não ter “nenhum plano” para quem vive do seu salário e está com tanta dificuldade face aos preços que aumentam.
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