O chefe de Estado falava nas instalações da RTP, em Lisboa, após ter participado no programa “Natal dos hospitais”, a propósito da entrevista do primeiro-ministro, António Costa, à revista Visão, em que anunciou que o défice “não ultrapassará seguramente 1,5%” em 2022 e o crescimento “será, pelo menos, de 6,7%”.
Marcelo Rebelo de Sousa começou por dizer que o primeiro-ministro “já sabe os números”, porque é informado diariamente e faltam só 15 dias para o fim do ano, “portanto, ele não atira ao acaso”.
“Ele sabe que isto se aguentou muito razoavelmente, para a situação muito má do mundo, da Europa”, considerou o Presidente da República, realçando que no quarto trimestre deste ano “se esperava uma queda que não houve”.
Referindo que ainda não leu a entrevista, só viu os títulos, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: “Mas se me dizem que ela é otimista, mas o que é que se esperaria do primeiro-ministro? O que se espera da oposição é que bata. Do primeiro-ministro que diga que está cheio de força para o futuro, tenciona durar quatro anos e que tem trunfos do seu lado para resistir”.
Por outro lado, interrogado sobre a perspetiva de uma desaceleração da subida de juros pelo Banco Central Europeu (BCE), respondeu: “Deixe-me esperar para ver, é o que nós desejamos, mas para depois não se dizer que dá azar e a senhora Christine Lagarde surpreende-nos aumentando mais do que esperando. Eu espero muito isso como presente de Natal para o ano que vem, mas quero ver no sapatinho”.
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