Poucas horas após ter emitido um comunicado a defender o renting operacional de várias dezenas de BMW, eis que a TAP veio anunciar, já na tarde desta quinta-feira, que decidiu-se pelo cancelamento de tal operação, que iria custar aos cofres da empresa cerca de 52 e dos 65 mil euros por veículo.
À companhia aérea de bandeira, que cumpre um programa de resgate de 3,2 mil milhões de euros, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na quarta-feira, tinha apelado a repensar a medica. Aliás, sinalizou, mesmo, “um problema de bom senso”.
Numa nota enviada à comunicação social, a Comissão Executiva da TAP explica que “compreende o sentimento geral dos portugueses e, apesar da decisão que tomou quanto à frota automóvel ser a menos onerosa para a Companhia nas atuais condições de mercado, a TAP procurará manter a atual frota durante um período máximo de um ano, enquanto reavalia a política de mobilidade da empresa.
Na origem desta decisão estiveram as críticas desencadeadas por uma notícia da TVI/CNN Portugal, de que a TAP iria substituir a sua frota da Peugeot por uma nova da BMW, com 79 veículos plug-in híbridos.
A empresa, liderada por Christine Ourmières-Widener, justificou a operação não só com a necessidade de substituir 50 automóveis, como com uma uma poupança de 630 mil euros anuais que a mesma iria permitir – já que o formato do contrato basear-se-ia em renting operacional. Todavia, não houve explicações sobre a solução recair sobre uma gama alta de automóveis.
Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa foi claro em relação ao que pensava sobre o assunto, fazendo eco das críticas que se levantaram contra a operação: “Já falei em relação a várias entidades públicas no passado e em relação à distribuição de dividendos e em relação aos salários e entendo que quando se está num período de dificuldade deve fazer-se um esforço para dar o exemplo de contenção”.