“A questão [da falta] de recursos humanos pode colocar em perigo a qualidade de serviço a que nós habituámos os turistas e que nos levou a grandes números até 2019”, declarou o presidente da entidade TPNP, Luís Pedro Martins.
Em entrevista à agência Lusa, Luís Pedro Martins explicou que se houver uma diminuição do grau de satisfação dos turistas, os reflexos devem sentir-se em 2023.
“Turistas que saiam com uma má experiência, sabemos que depois esse impacto regista-se no ano seguinte”, disse, reforçando a ideia de que ter e reter os recursos humanos qualificados no setor é um problema “muito complexo” no Norte, mas também no país, em geral, e que “não é fácil resolver”.
Luís Pedro Martins reconheceu que houve trabalhadores que não quiseram “arriscar” regressar ao setor turístico, depois de o abandonarem durante a pandemia.
Há depois muitos trabalhadores que saíram para fora do país.
“Agora o país tem de tentar resolver o problema e todos sabemos que a solução passa também por captar recursos fora de Portugal”, observou, alertando que a melhor estratégia será “captar recursos com formação” ou então garantir essa formação em Portugal.
“O que não poderá mesmo acontecer é que a qualidade desses recursos humanos ponham em causa a qualidade de serviços que oferecemos aos nossos turistas”, concluiu.
Há uma estratégia nacional que passa por agilizar todo o processo de vistos, para que seja “mais ágil” e “mais célere”, seja mais fácil para quem quer vier para Portugal trabalhar, mas essa estratégia está a ser feita a nível nacional, explicou o presidente da TPNP.
Em entrevista a 15 de setembro à agência Lusa, o presidente TPNP disse prever que a região Norte ultrapasse este ano os valores de 2019, considerado o ano recorde de dormidas turísticas em Portugal e na região.
CCM // JAP