As taxas Euribor, a 6 e a 12 meses, já se negoceiam em terreno positivo, em antecipação ao profetizado – e, agora, anunciado – aumento de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE). Na última quinta-feira, 9, Christine Lagarde confirmou a inevitável subida das taxas diretoras já em julho, em 25 pontos-base, com novo aumento reservado para setembro. “A calibração deste aumento das taxas dependerá das perspetivas atualizadas para a inflação a médio prazo. Se as perspetivas para a inflação a médio prazo persistirem ou se deteriorarem, será apropriado proceder a um incremento maior na reunião de setembro”, afirmou a presidente do BCE, que deixa assim a porta aberta para uma segunda subida de 50 pontos-base.
Assim, caso a inflação não dê tréguas nos próximos meses – e existem poucas razões para acreditar que dê –, a Zona Euro prepara-se para entrar no quarto trimestre do ano com a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento (o preço a que os bancos se financiam junto do BCE) em 0,75% e com a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito (os juros que os bancos recebem por parquearem a sua liquidez junto do BCE) em 0,25%. A anormalidade histórica das taxas de juro negativas chegou definitivamente ao fim.A subida destas taxas significa, por um lado, o aumento do preço do crédito e, por outro, um menor incentivo para que os bancos concedam financiamento à economia, refreando, assim, a atividade económica e, desejavelmente, a subida persistente da inflação. Mas, até onde poderão chegar as taxas de juro? É uma incógnita. Certo é que vão continuar a subir. Após setembro, “o conselho do BCE prevê que uma trajetória gradual, mas sustentada, de novos aumentos das taxas de juro seja adequada. Em consonância com o compromisso do conselho do BCE relativamente ao objetivo de inflação de 2%, a médio prazo, o ritmo a que ajustará a política monetária dependerá dos dados disponibilizados e da avaliação da evolução da inflação no médio prazo”, anunciou Lagarde.
As taxas Euribor, a 6 e a 12 meses, já se negoceiam em terreno positivo, em antecipação do profetizado – e, agora, anunciado – aumento de juros por parte do BCE