Foi à justa, mas passou. O Parlamento aprovou, esta quarta-feira à tarde, a proposta orçamental do Governo para 2021. Embora só o PS tenha votado favoravelmente o documento, as abstenções do PCP, PEV, PAN e das deputadas não inscritas Cristina Rodrigues (ex- PAN) e Joacine Katar Moreira (ex-Livre) permitiram este desfecho.
Votaram contra PSD, BE, CDS-PP, Chega e Iniciativa Liberal. No entanto, como o PS tem 108 deputados, eram precisos apenas oito votos a favor de outras bancadas ou de 15 abstenções para fazer passar o Orçamento do Estado (OE).
Nos últimos dois dias, a Assembleia da República discutiu o OE 2021 e o debate ficou marcado pelo confronto entre o Governo e a bancada do Bloco de Esquerda, que votou, pela primeira vez em cinco anos, contra o Orçamento socialista. O primeiro-ministro, António Costa, acusou, na terça-feira, os bloquistas de se alinharem com a direita, enquanto a líder do BE, Catarina Martins, justificou a posição do partido com a falta de investimento no Serviço Nacional de Saúde. Já nesta quarta-feira, a troca de galhardetes foi entre o ministro das Finanças, João Leão, e a deputada bloquista Mariana Mortágua, mas na origem estava o mesmo tema: o dinheiro para a Saúde.
Segue-se, a partir de quinta-feira, o debate na especilidade (medida a medida), que promete ser tenso. A votação final global do documento está agendada para o dia 26 de novembro.