Perto de duas dezenas de investidores, a título particular ou em grupo e, na sua maioria oriundos do norte do País, estão entre os novos donos da Media Capital, que do final de agosto ao início de setembro, assinaram acordos com a espanhola Prisa e a Vertix (dona da posição em Portugal) para entrar na empresa. A lista, que começou parcialmente a ser conhecida hoje através de comunicados, ainda reserva algumas surpresas, como apurou a VISÃO. E há ainda os novos acionistas que não têm de comunicar porque têm menos de 2%, como é o caso do ator da TVI Lourenço Ortigão, que ficará com cerca de 1% do capital.
Os nomes dos investidores que ficarão com participações qualificadas (acima dos 2%) começaram a ser divulgados nas últimas horas, em comunicados enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e trazem alguns acionistas menos conhecidos.
Depois de Mário Ferreira, dono da Douro Azul e que através da Pluris Investments (holding pessoal com a sua esposa, Paula) comprou 30,22% da empresa, o segundo maior acionista conhecido até ao momento é a Triun SGPS, de Paulo Gaspar (presidente), Mariana Francisco Gaspar e Francisco Mota Gaspar.
Esta holding, com atividades até agora no imobiliário e na agricultura, acrescenta os meios de comunicação social ao seu portefólio, e passa a deter 20% da Media Capital. Investimentos como um projeto residencial de luxo no centro de Lisboa, um entreposto logístico no centro do País e a Quinta da Adema, em Porto Alto, são alguns dos mais recentes investimentos da empresa, segundo informação no seu site.
Segue-se, com 16%, a Sociedade Zenithodyssey, um aglomerado que junta cinco investidores. São eles:
- CIN – Corporação Industrial do Norte, presidida por João Martins Serrenho e dona das tintas com o mesmo nome, que com 50% assegura a maior posição nesta sociedade.
- Liderada por Luís Lopes Guimarães, a Polopique SGPS, com participações na indústria têxtil, energia e imobiliário e sede em Vilarinho, Santo Tirso, tem 18% da Zenithodyssey.
- Volume Volátil (empresa de João Barbosa Carvalho, dono entre outras da têxtil Malhafafe) criada em Quinchães, Fafe, no último dia de agosto deste ano e que assegura 12%;
- Com 10% a Zafgest, de Brito, Braga, com interesses no ramo imobiliário, e de que é único acionista Rui Armindo da Costa Freitas
- Alfredo & Carlos, imobiliária criada há 25 anos em Guimarães, de Alfredo e Carlos Alves Pereira, que também fica com outros 10% do consórcio.
O quarto maior grupo acionista, com 12%, é composto por 8 nomes, entre os quais se contam Tony Carreira e o empresário João Preto, da Tensai (que além de projetos imobiliários, tem uma unidade industrial em Aveiro de electrónica e robótica).
Segue-se a Sociedade Fitas & Essências, a quem cabem 3% da Media Capital. Esta empresa de design e I&D na confeção de vestuário, tem sede na Maia e é controlada por Stéphane Rodolphe Picciotto, que é ainda administrador da Confetil e Eurextil, outras duas empresas do setor têxtil.
A presença de Cristina Ferreira, empresária e apresentadora de televisão, já era conhecida e foi também formalizada esta sexta-feira. Detém uma posição de 2,5% na Media Capital através da Docasal Investimentos, sediada na Ericeira e que controla com 89%. Além de acionista da Media Capital, Cristina Ferreira é também diretora de entretenimento e ficção da estação de Queluz, funções que iniciou há cerca de uma semana.
Do nordeste transmontano vem o sétimo maior investidor, a título particular: Manuel José Lemos de Ferreira Lemos. O empresário, com residência em Mirandela, é presidente do conselho de administração do Hospital Terra Quente, naquela cidade, bem como do Hospital de Bragança e do Hospital Privado de Chaves, e tem ainda interesses no setor imobiliário e da energia. Ficará com 2% da dona da TVI. É ainda acionista do Banco Carregosa.
Com 2% ficará também o músico portuense Pedro Abrunhosa, através de uma sociedade sua. Esta participação está confirmada mas, na segunda-feira ao início da tarde não havia ainda sido comunicada oficialmente via CMVM.
As posições agora conhecidas resultam de acordos de compra e venda de ações assinados entre estes acionistas e a Prisa e a Vertix, entre 26 de agosto e 4 de setembro. Estes contratos permitirão a compra das participações em causa uma vez estejam verificadas as condições suspensivas.
Para além de Lourenço Ortigão que, segundo apurou a VISÃO, ficará com 1% da Media Capital, poderão existir ainda participações mais pequenas que, por ficarem abaixo do limiar dos 2%, não têm de ser comunicadas publicamente à CMVM. Outros investidores optaram por juntar-se de forma a poderem indicar um administrador para a empresa.
Lourenço Ortigão, de 31 anos, estreou-se em televisão na série juvenil Morangos com Açúcar e tem protagonizado várias novelas da TVI. No início do ano, o ator era notícia por ter optado pela renovação do contrato com a TVI, em troca de um ordenado milionário e novos desafios na área de ficção e entretenimento. Isto depois de a SIC ter tentado convencer o ator a mudar-se. Já na altura, as revista cor de rosa davam conta que o novo diretor geral da TVI, Nuno Santos, o tinha convencido, garantindo-lhe novos projetos e desafios. Namorado da atriz Kelly Bailey, Lourenço Ortigão vive em Cascais, sendo descendente do escritor Ramalho Ortigão.
Além dos investidores conhecidos nas últimas horas, são também acionistas da Media Capital, segundo informação constante no site da empresa de Queluz, o espanhol Abanca (a NCG Banco, S.A. detém 5,05%) e outros que representam um capital disperso em bolsa de 0,26%.