Gestor de empresas, social-democrata histórico e antigo ministro em vários Governos, Álvaro Barreto morreu esta segunda-feira, 10 de fevereiro, aos 84 anos.
Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto, nasceu a 1 de janeiro de 1936 em Lisboa. Licenciou-se em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, tendo-se depois especializado na área da gestão nos Estados Unidos, nomeadamente na Harvard Business School.
O início da sua experiência profissional esteve ligado à Profabril Centro de Estudos, SARL, como consultor de engineering. Nos anos 1970 e 1980 integrou ainda as administrações de empresas ligadas à construção naval (Lisnave e Setenave), a transportadora Portugália e TAP (onde chegou a ser presidente do conselho de administração), a papeleira Soporcel, a mineira Somincor. Mais tarde seria administrador de empresas como a Tejo Energia, a Nutrinveste (universo Mello) ou a Prime Drinks. A partir de 2009 esteve também profissionalmente ligado ao BCP, onde foi administrador.
No Governo de Mota Pinto, entre 1978 e 1980, assume pela primeira vez funções governativas, como ministro da Indústria e Energia. Nos quase 30 anos que se seguiram voltaria mais vezes a esse cargo noutros Executivos, sete no total: na Integração Europeia em 1981; no Comércio e Turismo entre 1983 e 1984; na Agricultura, Pescas e Alimentação de 1984 a 1990; e em 2004-2005, no Governo de Pedro Santana Lopes, na pasta das Atividades Económicas e do Trabalho.
Pelo meio, foi eleito deputado pelo PSD em sete legislaturas, sendo candidato em círculos como Viseu, Beja, Lisboa ou Castelo Branco. Em 2005, depois do fim do Governo Santana Lopes – de que era número dois -, afastou-se das listas do PSD para as legislativas seguintes.
O Presidente da República lembrou Álvaro Barreto como tendo dado “um contributo de grande relevância para a governação e para as políticas públicas da nossa Democracia (…) desbravando e consolidando a modernização do País e a integração europeia.” Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, sublinhou a “longa e distinta carreira como gestor, tendo-se distinguido em todos os lugares em que serviu, pela sua competência e empenho no exercício das suas funções.”
Em Portugal, foi condecorado em 1967 como Comendador da Ordem de Mérito Industrial. Recebeu ainda condecorações internacionais atribuídas pela Islândia, Bélgica, Itália e Noruega, segundo o registo de deputados da Assembleia da República.