Os turistas franceses e os espanhóis são os que mais optam pelo alojamento local, ocupando os dois primeiros lugares de um pódio onde se encontram também os britânicos. A idade média dos hóspedes é de 38,5 anos e as reservas são feitas sobretudo por casais e famílias. Os comentários online que antigos hóspedes fizeram ao imóvel são cruciais na hora da reserva.
Estas são algumas das conclusões de um estudo sobre os imóveis, os empresários e os hóspedes do alojamento local na área metropolitana de Lisboa, promovido pela AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal), em parceria com o ISCTE.
Ainda em relação aos turistas, estes dizem valorizar muito o apoio do anfitrião (69&) e a decoração da casa (50%). Na hora da escolha, a localização do imóvel é o que mais pesa (72%), mas logo a seguir estão os comentários online de antigos hóspedes (68%) e só depois vem o preço (46%).
O canal eleito para efetuar as reservas é o site Booking.com (45%), seguido do Airbnb (34%) e do Homeaway (7%).
E, afinal, os turistas estão ou não a “expulsar” os lisboetas do centro da cidade? É uma crítica frequente ao alojamento local (AL), a de que este veio diminuir muito a oferta disponível de casas para arrendar às famílias da capital.
A AHRESP diz que a maioria dos imóveis de alojamento local (59%) estavam desocupados, antes de serem alugados a turistas. E é inegável que o AL tem contribuído para a reabilitação de edifícios antigos no centro da cidade, uma vez que os proprietários, atraídos por esta vaga de turismo, fizeram obras para uma os rentabilizar, conseguindo um maior rendimento do que nos arrendamentos de longa duração.
Mas o certo é que o estudo também mostra que 19% dos imóveis de AL foram desviados do arrendamento habitacional e outros (13%) eram mesmo habitação própria dos seus proprietários.
O estudo distingue três tipos de empresários do alojamento local. Os particulares são, sobretudo, empresários em nome particular e têm na gestão do AL a sua principal atividade. A maioria tem entre 35 e 54 anos, é licenciada e possui, em média, cinco alojamentos, tendo investido cerca de 500 mil euros.
Depois há os profissionais que são pessoas coletivas, não têm a gestão do AL como atividade principal e são mais velhos – entre os 55 e os 74 anos. Possuem, em média 28 alojamentos. Há ainda uma outra categoria, a das empresas, que têm, em média 51 alojamentos.
A grande maioria (85%) diz ter uma taxa de ocupação anual superior a 50 por cento. Mas este ainda é um negócio sazonal, com uma época alta muito boa (com ocupações superiores a 70%) e uma época baixa medíocre (abaixo dos 50% de ocupação para a maioria dos proprietários).