Centenas de editores europeus de jornais e revistas e associações comerciais uniram-se num apelo à Comissão Europeia para rejeitar a proposta da Google para ultrapassar a acusação de práticas dominantes.
Em causa estão as concessões que a Google está disposta a fazer no processo “antitrust” levado a cabo por Bruxelas. A gigante da Internet propõe por exemplo rotular e destacar as suas próprias ligações preferenciais em resultados de busca, para melhor as distinguir das outras. Contudo, os editores defendem que a medida vai enganar os consumidores, fazendo-os crer que esses links preferenciais são de facto os melhores resultados das pesquisas pedidas e que tal causa danos ainda maiores à concorrência.
Outra das propostas passa pela hipótese dos editores pura e simplesmente bloquearem o acesso dos seus sites às pesquisas feitas pelos motores da Google. Os editores opõem-se, argumentando que o motor de pesquisa da Google já é de facto uma porta de entrada para a maioria dos utilizadores de Internet.
“Como requisito mínimo, a Google deve manter todos os serviços, incluindo os seus, exatamente nos mesmos padrões, usando exatamente os mesmos métodos de rastreamento, indexação, ranking, exibição e algoritmos de penalização”, diz o presidente da federação alemã de editores BDZV, Helmut Heinen. E acrescenta: “a Google não pode usar sem consentimento conteúdo de terceiros além do que é verdadeiramente indispensável para a navegação”
“Estamos perante uma empresa que pode ditar os modelos de negócios online dos outros. As práticas abusivas da Google têm sido um entrave significativo para o desenvolvimento de novos modelos de negócios e vão no sentido contrário das políticas da Agenda de Media Digital da União Europeia”, escreve num comunicado o presidente do European Publishers Council, Francisco Pinto Balsemão, que também é presidente do Grupo Impresa, de que a VISÃO faz parte.
Os queixosos e partes interessadas foram convidados pela Comissão Europeia a comentar as propostas da Google até 27 de junho. Bruxelas irá depois decidir se aceita as concessões da empresa ou se toma uma decisão mais forte e proibitiva e aplica uma multa.