A revisão das metas do défice orçamental acordada com a ‘troika’ é positiva para o ‘rating’ de Portugal, mas mesmo com estas metas revistas serão necessárias medidas adicionais para atingir os objetivos do próximo ano, considerou hoje a Moody’s.
“As revisões são positivas para a notação de crédito porque conseguem manter o apoio financeiro, enquanto reduzem as amarras sobre o crescimento económico da consolidação orçamental numa já frágil economia”, diz o relatório semanal da agência da notação financeira.
No seguimento da conclusão da quinta revisão do programa, o Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia (CE) e Banco Central Europeu (BCE), que compõem a ‘troika’, anunciaram o acordo para alargar as metas do défice orçamental para este ano, que passa de 4,5 para 5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), e de 3 para 4,5 por cento no próximo ano, tendo o défice de baixar a fasquia dos 3 por cento do PIB apenas em 2014.
Apelo ao entendimento com o PS
A agência de notação financeira Moody’s espera “intensas negociações” entre os partidos políticos nas próximas semanas e que estes consigam alcançar um acordo alargado sobre o Orçamento do Estado e assim “evitar mais uma crise política”.
“Uma vez que o consenso entre o Governo e os socialistas tem sido um importante elemento para a estabilidade desde a queda do Governo e consequentes eleições antecipadas no ano passado, nós esperamos que tenham lugar intensas negociações nas próximas semanas e que estas alcancem um acordo alargado sobre o orçamento e evitem mais uma crise política”, diz a agência no seu relatório semanal.
A Moody’s lembra que o Partido Socialista (PS) “já criticou as medidas, considerando-as injustamente duras para os trabalhadores”.