É, aliás, curioso que os preços dos combustíveis em Portugal sejam os quartos mais caros da Europa antes da aplicação de qualquer taxa. Já no preço final ao público (ou seja, depois dos impostos), caímos para a sétima posição, no caso da gasolina sem chumbo 95, e para a 12.ª, no que diz respeito ao gasóleo (ver infografia).
Uma vez que o valor do crude é igual para todos no mercado internacional, aquilo que varia, de país para país, são, em primeiro lugar, os custos de comercialização e as margens de lucro das petrolíferas, e depois o valor dos impostos. Em Portugal, o ISP – Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos, aumentou no início do ano cerca de 1% para o petróleo, mas as receitas, caíram 8,4%, segundo a execução orçamental até maio. Quer isto dizer que muitos portugueses optam, cada vez mais, por deixar o carro em casa.
Os preços estão, de facto, proibitivos. Culpa do aumento do preço do petróleo, baseado em expectativas do crescimento da procura, da quebra de produção no mar do Norte (a Inglaterra vai fechar um campo para manutenção, durante o mês do setembro, o que indicia um recuo de 17% na produção) e da baixa de stocks de crude e produtos refinados nos Estados Unidos. A desvalorização do euro face ao dólar também contribui para este cenário negro.