“Acreditamos que os problemas sistémicos na Zona Euro aumentaram nas últimas semanas na medida em que agora pressionam a situação do crédito da Zona Euro como um todo”, lê-se na nota hoje emitida.
A Standard & Poor’s considera que estes “problemas sistémicos” são decorrentes de cinco fatores interligados: a restrição das condições de crédito na Zona Euro, os prémios de risco marcadamente mais elevados num número crescente de economias da Zona Euro, incluindo alguns avaliados com AAA, os desentendimentos persistentes entre os decisores europeus, os elevados níveis de endividamento dos governos e das famílias e o risco crescente de uma recessão económica durante todo o ano de 2012.
Portugal está incluído nesse lote de 15 países cujos ratings a S&P colocou em perspetiva negativa: a dívida soberana de longo prazo tem agora uma classificação de BBB-, e o de curto prazo, de A-3.
A decisão é justificada pelas preocupações da Standard & Poor’s quanto ao “potencial impacto em Portugal” do “aprofundamento dos problemas políticos, financeiros e monetários” na União Económica e Monetária Europeia.
Em comunicado, a agência refere que “na medida em que estes problemas gerais da Zona Euro constrangem a disponibilidade de crédito para a economia, as perspetivas de crescimento económico para Portugal – e a suas perspetivas para uma redução sustentada do rácio da dívida pública – podem ser afetadas”.