Em Janeiro ia a Lisboa às 7h quando vi a segunda geada do ano. É, chegou! Lá fora, 4ºC; em casa, com dois aquecedores em pleno, 17ºC. Mas lá fui. Apesar da idade, tenho garra e lucidez, e amor a este querido Portugal, para prestigiar os que merecem. São muitos.
Aqui é bom ser reformado: paga-se meia em transporte, diversões e nada em museus. Dois dias em Lisboa, quase-tudo incluído, sai por 200 euros para dois, mais uns 50 euros para extras. Vi um excelente concerto na grande e confortável Gulbenkian – coro, dança e tambores do Japão, em show genial, num teatro-cópia do Scala de Milão; exposição de gráficos; azulejos; e ainda dez modernos designers portugueses. Ruim, lá, é o trânsito, se usamos autocarro ou eléctrico; o povo para seus carros bloqueando a rua, os carris etc, sem a mínima civilidade! Por isso prefiro o metro, simples, rápido, moderno, com algumas belas estações. E barato.
Novembro cá já é mês de belas decorações nas ruas. As cidades as decoram com desenhos de árvores, bolas, animais, peixes, em luzes de cinco cores. É linda. Lisboa monta uma árvore de 82 metros altura em frente aos Jerónimos, com 1,5 milhões de lâmpadas, que dançam. A minha casa também fica decorada e acendemos velas ao jantar, a cada noite. Já voltamos à tradição sueca do glögg, um tipo de quentão/vinho menos forte; e pepparkaka, a bolacha fina de gengibre e canela. E adoro o bolo-rei de Portugal, com fruta cristalizada, noz e amêndoa. Nele esconde-se uma pequena coroa, dentro de plástico macio (para não quebrar o dente). Quem a encontrar compra outro bolo-rei para a anfitriã. Com uns pingos de vinho do porto e aquecido no forno de micro fica uma delícia. Eis a tragédia do reformado: comer demais, pois a gastronomia por cá é muito boa.
Até o carro sente frio: feita a revisão, velas novas, carburador limpo, ainda tosse ao subir ladeira íngreme. É Outono mesmo, se eu tusso, porquê não ele, mesmo um Volvo? 1300kg de chapa grossa para levar 130kg (dois passageiros)! E o velho já gosta de gasolina… da cara, super!
*Autor de Empreender Turismo de Natureza,
Entrepreneuring Sustainable Tourism e Como Sair da Crise.