Estado usou a golden share para inviabilizar a venda da parte portuguesa na Vivo à Telefónica. Momentos antes, o representante do Estado na AG da PT lera uma declaração de voto, explicando as razões que o levam este acionista, detentor da golden share, a rejeitar a proposta sujeita a votação.
O Estado usou a golden share após ter sido realizada a votação, quando se percebeu que alguns membros do núcleo nacional tinham, afinal, decidido que a PT deveria sair da Vivo.
Com efeito, 73,91% do capital presente votou a favor da venda à Telefónica e apenas 26,09% votara contra.
Número de votos:
748.952 votos a favor da venda 264.354 votos contra 217.595 abstenções
Telefónica sem direito de voto
O presidente da mesa da AG, Menezes Cordeiro, vai impedir o exercício dos direitos de voto à Telefónica, Mediabank e Société Générale, que em conjunto representam 6% do total.
Assim, o quórum presente na reunião baixa de 68% para 62%, o que aumenta as probabilidades de sucesso do núcleo nacional de accionistas, caso ainda se mantenha coeso, com 27% dos votos.
Ainda não são conhecidas as razões invocadas por Menezes Cordeiro, mas, no caso da Telefónica o argumento usado deverá ter sido o de um alegado conflito de interesses.
Em causa, está a venda da metade portuguesa no operador móvel brasileiro Vivo à Telefónica, por 7,15 mil milhões de euros.