José Maria Giménez protagonizou cenas indignas de um profissional de futebol, durante o jogo Portugal-Uruguai, da segunda jornada da fase de grupos do Mundial do Qatar. O defesa-central uruguaio moveu uma marcação cerrada a João Félix, seu companheiro de equipa no Atlético Madrid, e ao minuto 11 tentou pontapeá-lo por trás em três ocasiões consecutivas, enquanto o agarrava ostensivamente, perante a incapacidade do português para se soltar das suas amarras. Nuno Mendes, que se encontrava por perto, não escondeu a estupefação, perguntando mesmo ao adversário se estaria maluco. As imagens documentam-no.
A agressividade do lance fez parte de uma estratégia de intimidação com que os uruguaios tentaram condicionar a Selecção portuguesa nos minutos iniciais, como apontaria Fernando Santos, mas esta foi talvez a única situação que ultrapassou os limites do razoável, porque Giménez nem sequer disfarçou qualquer intenção de disputar a bola. O alvo eram as pernas de Félix. No final, o uruguaio quis convencer quem o ouvia de que a sua ação era simplesmente “futebol”. “Fora de campo somos amigos, mas em campo não o conheço”, justificou, referindo-se ao seu companheiro de balneário em Espanha.
Esta sexta-feira, Giménez voltou a ser protagonista pelas piores razões, ao agredir barbaramente, e pelas costas, um dirigente da FIFA, no final da partida frente ao Gana, que ditou a eliminação do Uruguai apesar do triunfo por 2-0. Revoltados com a atuação do árbitro e do VAR, os uruguaios cercaram o juiz alemão Daniel Siebert assim que soou o apito final, gritando-lhe o seu descontentamento ao ouvido.
No entanto, Giménez não se ficou pelas palavras e agrediu um responsável da FIFA com uma cotovelada na nuca. Visivelmente descontrolado, o defesa-central virou-se depois para a câmara de televisão e gritou: “Bando de ladrões, são todos um bando de ladrões estes filhos da p…”. Nesse momento, passa à sua frente um oficial de jogo e ele insulta-o com palavras que, por decoro, não devemos transcrever. Tudo somado, espera-o um castigo pesado, que lhe valerá, pelo menos, vários meses de suspensão dos jogos da seleção.