Cristiano Ronaldo vai juntar-se na tarde desta quinta-feira, assim que o árbitro norte-americano Ismail Elfath apitar para o início do Portugal-Gana, no Qatar (16h, com transmissão na TVI e na SportTV 1), a um grupo muito restrito de jogadores que atuaram em cinco mundiais. A menos que Fernando Santos tenha reservado uma supresa de última hora, o capitão de equipa será titular na estreia da Seleção Nacional e passará a integrar um clube de elite do qual só fazem parte os mexicanos Antonio Carbajal e Rafael Márquez, o alemão Lothar Matthaus e, desde esta terça-feira, o argentino Lionel Messi.
Desde que foi chamado por Luiz Felipe Scolari para o Mundial 2006, na Alemanha, com 21 anos, Ronaldo não falhou qualquer fase final, beneficiando do facto de Portugal ter garantido sempre a qualificação (hábito que só se estabeleceu a partir de 2002) e de nunca se ter lesionado nessas ocasiões, uma vez que a sua presença nos convocados também nunca esteve em causa com Carlos Queiroz (África do Sul 2010), Paulo Bento (Brasil 2014) ou agora com Fernando Santos (Rússia 2018 e Qatar 2022). É um indiscutível da Seleção desde o Euro 2004 e chega hoje às 192 internacionalizações, sem ninguém por perto. No total, leva 17 jogos, sete golos e duas assistências nos quatro mundiais anteriores
Tal longevidade foi alcançada, pela primeira vez, pelo guarda-redes mexicano Carbajal, que alinhou num total de 11 partidas nos mundiais de 1950, 1954, 1958, 1962 e 1966. Só três décadas mais tarde o seu recorde seria igualado, quando Lothar Matthaus disputou o Mundial 1998, em França, com 37 anos, fechando o ciclo iniciado no Espanha 1982. Pelo meio, o médio sagrou-se campeão do mundo com a sua Alemanha, no Itália 1990, contabilizando 25 jogos (recorde absoluto) e seis golos nas cinco participações.
Mais recentemente, Rafael Márquez tornou-se o segundo mexicano a alcançar a proeza, mantendo-se em ação entre as fases finais da Coreia do Sul e Japão, em 2002, e da Rússia, há quatro anos (19 jogos e três golos). Agora, no Qatar, é a vez de Messi (20 jogos e sete golos) e Ronaldo se juntarem, na sequência de um percurso em tudo idêntico, iniciado no Alemanha 2006.
Ainda durante este Mundial no Médio Oriente, é bem provável que o quinteto passe a sexteto. O mexicano Andrés Guardado tem sido sempre utilizado – tal como Messi e, dentro de algumas horas, Ronaldo -, desde o Mundial 2006, e apesar de não ter saído do banco de suplentes no México-Polónia da passada terça-feira, ainda tem, pelo menos, mais dois jogos da fase de grupos para o fazer.
O seu compatriota Ochoa, guarda-redes titular na baliza mexicana, também está na quinta presença em mundiais, mas não chegou a jogar nas duas primeiras. O mesmo acontece com o guarda-redes italiano Gianluigi Buffon, convocado para cinco fases finais (1998-2014) mas não utilizado na de estreia. Não é qualquer um que tem acesso a este clube de privilegiados.