Do alto do seu metro e sessenta, não mais de 57 quilos de atleta, Catarina Gomes agigantou-se para se tornar campeã mundial numa das corridas de obstáculos mais exigentes e desgastantes que se conhecem, só para os mais fortes e resistentes. Fiéis ao espírito “antes quebrar do que torcer”, as Spartan Races, ou corridas espartanas, evocam a coragem e disciplina que fizeram da cidade de Esparta uma potência militar na Grécia Antiga, obrigando os participantes a ultrapassarem vários desafios físicos ao longo de percursos acidentados que podem ir dos cinco aos 50 quilómetros de distância.
A norte-americana Amelie Boone, campeã em 2013, resumiu bem a natureza da competição, ao afirmar que, não sendo a mais forte nem a mais rápida, era dona de uma mais-valia que jogava a seu favor: “Sou realmente boa a sofrer.”