Em apenas dois minutos as decisões do VAR (vídeo-árbitro) mudaram o rumo do grupo de Portugal no Mundial da Rússia. Portugal jogava com o Irão e Espanha com Marrocos, ambos à mesma hora, quando, nos últimos minutos de cada um dos jogos duas decisões do VAR trocaram as voltas à classificação. Portugal ficou em segundo lugar do grupo e vai jogar com o Uruguai no sábado e, no domingo, é a vez do Espanha vs Rússia.
Para que isto acontecesse, houve os tais 120 segundos de loucura em ambos os jogos. Aos 90 minutos de jogo, Portugal ganhava ao Irão, com a fantástica trivela de Quaresma. No outro estádio, Marrocos, aos 90 minutos, ganhava a Espanha por 2-1. Depois, bem depois, veio o VAR. Dois lances analisados, duas decisões mudadas.
No estádio de Kalingrado um golo de Espanha foi anulado pelo árbitro por fora de jogo. Os jogadores protestaram, o árbitro falou, através dos auscultadores com microfone (um gesto que já se tornou a imagem de marca deste Mundial), com o vídeo-árbitro e fez o sinal que queria ver as imagens. Viu e anulou a sua decisão, validando o golo e Iago Aspas. Empate até ao final do jogo.
Ao mesmo tempo, em Saransk, os jogadores do Irão protestavam com o árbitro por causa de uma suposta mão na bola de Cédric Soares dentro da área. Seguiu-se a conversa com o VAR, e o árbitro foi ver as imagens. Penálti para o Irão, que Rui Patrício não defendeu. Empate até ao final do jogo.
Ou seja, nestes 120 minutos de ambiente caótico, as decisões do VAR enviaram Portugal para o segundo lugar do Grupo B.
Se a decisão de validar o golo espanhol foi consensual, já a bola no braço de Cédric Soares foi criticada por muita gente e provou, mais uma vez, que é a interpretação do árbitro (mesmo vendo as imagens do VAR) que vale.
Aliás, no jogo de Portugal, o VAR foi bastante usado. Tanto para a marcação de um pénalti sobre Ronaldo, que o próprio marcou e falhou, como para atribuir um cartão amarelo ao mesmo jogador, por agressão a um jogador iraniano.
A decisão do VAR não só alterou a classificação do grupo, como também o destino das seleções. E Portugal fica com a uma batata mais quente. Podemos encontrar equipas como França, Brasil, Alemanha, Bélgica ou Inglaterra, enquanto Espanha tem um caminho mais confortável com Japão, México ou Dinamarca.