Tem 12 milhões de habitantes, 60% dos quais vivem com menos de 1,6 euros por dia. No ranking de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas está na posição 159 (em 188 países) e a esperança média de vida é de 64,7 anos.
Este é o retrato rápido do Ruanda – situado na África oriental, faz fronteira com o Uganda, Burundi, República Democrática do Congo e Tanzânia –, país que, em 1994, esteve nos holofotes internacionais devido ao genocídio que matou 800 mil pessoas.
O Arsenal é um dos clubes mais endinheirados do mundo. No ano passado faturou quase €490 milhões, sendo o sexto na tabela dos mais ricos. O “The Gunners” como também é conhecido o clube de Londres, no Reino Unido, costuma jogar de vermelho e branco.
Como qualquer clube de uma liga milionária tem patrocínios à altura. A Fly Emirates paga €34 milhões por ano para ter o seu nome escrito na frente das camisolas arsenalistas.
O que tem isso a ver com o Ruanda? O presidente ruandês, Paul Kagame, um fã incondicional do clube decidiu patrocinar o Arsenal em €30 milhões, pagos em três anos, para aparecer nas mangas das camisolas dos jogadores.
Em agosto, a expressão “Visit Rwanda” (Visita o Ruanda) estará na Premier League.
As críticas não se fizeram esperar, já que o Ruanda recebe dinheiro de ajuda para o seu desenvolvimento de vários países, incluindo do Reino Unido.
No entanto, o governo ruandês alegou que estes €30 milhões se vão converter em €300 milhões, já que o objetivo é levar turista a visitar o país.
“Qualquer um que critique o nosso acordo com o Arsenal, por o Ruanda ser pobre ou beneficiário de ajuda, deseja que o sejamos perpetuamente, ou não entende que, em qualquer negócio, os custos de marketing são um componente chave dos gastos da empresa”, referiu uma executiva do Conselho de Desenvolvimento do Ruanda ao jornal inglês The Gurdian.
A economia do Ruanda tem crescido 5% ao ano e o número de ingleses que visitou o país cresceu 21% no último ano, no entanto a pobreza é a maior realidade. O presidente Kagame, no poder há 18 anos, alterou a constituição para se poder candidatar a mais um mandato e, na última eleição teve 98,8% dos votos, não obstante as acusações de que é alvo devido à falta de liberdade de expressão e a repressão a quem se lhe oponha.