Depois de Fernando Pimenta, também o dinamarquês Rene Holten e o alemão Max Hoff se queixam de terem visto frustradas as suas hipóteses de lutar pelas medalhas, na final do K1-1000m, por causa de folhas que se prenderam às suas canoas, na lagoa Rodrigo de Freitas.
Na sua página no Facebook, Max Hoff, que foi medalha de bronze em Londres 2012 e agora se quedou no sétimo posto, escreve que a pequena tempestade que se abateu sobre a zona Sul do Rio, na véspera da prova, “fez cair muitas folhas no percurso”, o que acabou por ter “uma grande influência” no desfecho da competição.
“O meu sonho era o de competir em condições justas. É desolador que o comité organizador não tenha sido capaz de limpar a pista numa das mais importantes corridas das nossas vidas”, escreveu o canoísta alemão, de 33 anos, com quem Fernando Pimenta chegou a treinar, no último inverno, num estágio na Florida, Estados Unidos.
O dinamarquês Rene Holten, três vezes campeão do mundo e medalha de prata nos Jogos de 2008, também partilhou algo de semelhante, poucas horas após a prova em que se classificou em sexto lugar, imediatamente a seguir a Fernando Pimenta: “Por volta dos 450 metros, apanhei alguma coisa com a frente da canoa e tentei removê-la. Mas, em seguida, senti mais qualquer coisa, e também no leme. Talvez que não fosse ganhar a prova, mas gostava de poder ter competido em condições iguais para todos”.
“Uma coisa são as condições meteorológicas, e o vento pode ser um factor, mas sempre lidei bem com isso. Mas ervas e folhas devem ser controlados pelo comité organizador e é uma vergonha que isso não tenho sucedido numa final olímpica”, sublinhou, num longo post no Facebook
Para que existisse alguma hipótese de repetir a prova, por causa destes problemas, o protesto deveria ter dado entrada nos 20 minutos imediatos a seguir ao termino da competição. “Mas só falei com o Fernando Pimenta e ouvi as suas queixas, cerca de 30 minutos depois de ele ter cortado a meta”, esclareceu hoje Vitor Félix, presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, que se encontra no Rio a acompanhar as competições.
“De qualquer modo, não acredito que a prova fosse alguma vez repetida, numa competição como os Jogos Olímpicos”, reconheceu. “É uma pena que isto tenha acontecido, mas não é a primeira vez que sucede em grandes competições internacionais. Não nos podemos esquecer que a canoagem é um desporto ao ar livre”.
Vitor Félix disse também que as federações de Portugal, da Alemanha e da Dinamarca fizeram chegar, na mesma, protestos por escrito ao comité organizador dos Jogos Olímpicos, queixando-se das condições em que decorreu a prova de K1-1000 metros, na manhã de terça-feira.