José Carlos de Vasconcelos, diretor do JL – Jornal de Letras, Artes e Ideias e fundador da VISÃO e seu conselheiro editorial, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A cerimónia de condecoração decorreu no passado dia 21, no Palácio de Belém, em Lisboa. Na mesma sessão foi ainda condecorado, como Grande Oficial da Ordem de D. Henrique, o pianista Adriano Jordão.
“Esta é uma homenagem justíssima por uma contribuição única para a cultura portuguesa”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa na justificação da entrega das insígnias a José Carlos de Vasconcelos. “Não há ninguém no mundo das letras, no mundo das artes, no mundo do jornalismo, em suma, no mundo da cultura, que não lhe deva qualquer coisa. E falo em ninguém em Portugal, no Brasil, nos países de língua oficial portuguesa e ninguém também em Espanha, no mundo Ibero-americano e por aí fora. Porque conseguindo continuar a ser jovem foi percorrendo várias etapas da sua vida construindo democracia, liberdade, fraternidade e missão.”
O Presidente da República destacou ainda que condecorava alguém a quem se aplica a conhecida frase “em cada esquina um amigo, mas sem nunca deixar de ter a sua personalidade e os seus valores presentes”. Um magistério exercido de “pena em riste”.
A Grã-Cruz é o segundo grau mais elevado da Ordem do Infante, só superado pelo Grande-Colar, condecoração reservada a chefes de estado. Distingue quem se destacou “por serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro” e por “serviços na expansão da cultura portuguesa ou para o conhecimento de Portugal, sua história e seus valores”. O distintivo da Ordem do Infante D. Henrique é uma cruz pátea, de esmalte vermelho, filetada de ouro.
Nascido em 1940, José Carlos de Vasconcelos é jornalista, advogado e poeta. Iniciou-se cedo no jornalismo cultural, ainda antes dos 18 anos, dirigindo uma página literária em O Comércio. Em Coimbra, onde se formou em Direito, foi chefe de redação da Via Latina e Vértice, atividade que desempenho de par com a direção da Associação Académica, a presidência da Assembleia Magna, a fundação do Círculo de Estudos Literários ou a passagem pelos palcos do TEUC.
O seu percurso jornalístico prosseguiu no Diário de Lisboa e nas lutas sindicais, ao mesmo tempo que, como advogado, defendia presos políticos e jornalistas. Depois do 25 de Abril de 1974, passou pela direção do Diário de Notícias e da Informação da RTP . Em 1975, foi um dos fundadores de O Jornal, tendo sido seu diretor, assim como do grupo editorial que depois se formou com a criação de outras publicações e uma editora. Foi no âmbito de O Jornal que fundou, em 1981, o JL – Jornal de Letra, Artes e Ideias, que dirige desde então. Em 1993, fundou a revista VISÃO, liderando a sua coordenação editorial.
Em mais de seis décadas de atividade jornalística, recebeu inúmeras distinções, como os prémios Carreira do Clube Português de Imprensa; o Fahrnheit 451 da União dos Editores Portugueses; o Cultura e Responsabilidade da Fundação Luso-Brasileira; o Carreira da Casa de Imprensa; o Nacional Manuel Pinto de Azevedo da Fundação Século XXI/ O Primeiro de Janeiro; e o Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural da Estorial Sol. Em 2000, fora já agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Como poeta, estreou-se em 1960 com Canções para a Primavera, a que se seguiram Corpo de Esperança, Elegias, De Poema em Riste, O Mar A Mar a Póvoa, Caçador de Pirilampos ou O Sol das Palavras.