Figura incontornável da história da música portuguesa, desde os tempos em que fazer uma banda era um gesto revolucionário e a música ligeira um gosto adquirido, Tozé Brito bem poderia descansar nos louros do sucesso obtidos tanto nos palcos como nos bastidores da indústria. Mas o músico, compositor e produtor continua disponível para regressar aos palcos, por exemplo ao lado do amigo José Cid a partir de outubro com o projeto Tozé Cid. A cumprir 70 anos joviais, vai ser homenageado com um album de tributo com a participação de músicos nacionais de várias gerações, que incluem, entre outros, Ana Bacalhau, António Zambujo, Camané, Samuel Úria ou Selma Uamusse, e um punhado de canções, escolhidas das cerca de 250 que compôs. Uma vida cheia, de que, aqui, se recordam os inícios.
A quem deve o seu gosto pela música?
Ao meu pai, Henrique de Brito, e ao meu tio António, irmão dele. Embora fossem amadores – o meu pai, por exemplo, era profissional de seguros –, tocavam viola e cantavam lindamente. A recordação mais viva que tenho da nossa casa, no Porto, é a dos temas de música popular portuguesa que eles cantavam, coisas que não conhecia de lado nenhum, mas que cresci a ouvir na primeira infância. E cada vez gostava mais de música.