Numa altura em que a Academia se apressa a instalar sistemas de quotas e pré-requisitos que ambicionam corrigir décadas de discriminações, a lista de nomeados para o melhor filme parece fazer um ajuste de contas moral de uma América atormentada pelos seus traumas e fantasmas. O conjunto de oito filmes nomeados encaixa-se numa cartilha de princípios temáticos, próxima de uma Declaração Universal dos Direitos Humanos, em busca de um cinema consciente do seu peso pedagógico e do seu poder de influência sobre a sociedade.
Se é verdade que a indústria cinematográfica americana sempre esteve atenta ao mundo em seu redor, até porque é no tecido social que se encontram as melhores histórias, desta vez a incidência é tão explícita e flagrante que descobrimos, em muitos casos, a América a lamber as suas feridas.