Estará por dias o anúncio que já paira há semanas na cabeça de todos: as festas populares de Santo António, em Lisboa, e do São João, no Porto, deverão ser canceladas por causa da pandemia e das restrições impostas pelas autoridades. Fernando Medina e Rui Moreira, presidentes das autarquias da capital e da cidade Invicta, ponderam comunicar a má notícia em conjunto e em breve. Quem já se antecipou foi a Run Porto, organizadora de eventos desportivos, divulgando, em comunicado, que a tradicional corrida sanjoanina só volta a realizar-se em 2021.
Em causa, entretanto, está também a realização daquela que seria a maior efeméride deste anos: as comemorações do centenário de Amália Rodrigues. O programa deveria iniciar-se a 1 de julho, com a inauguração de uma exposição no Museu do Fado, seguindo-se mais duas no Museu do Teatro e no Panteão Nacional, mas tal não deverá acontecer antes de finais de setembro ou princípios de outubro. Se correr bem. “Assim que possível será anunciado o programa”, foi a lacónica resposta do Ministério da Cultura às perguntas da VISÃO sobre os eventuais condicionalismos que a pandemia colocou à realização dos eventos. Prevista para o início de março, a conferência de Imprensa para divulgar a programação foi “atropelada” pelas circunstâncias e a comissão presidida pelo musicólogo Rui Vieira Nery estará, juntamente com a Câmara Municipal de Lisboa e o Museu do Fado, a reavaliar o calendário das homenagens à “Rainha do Fado”.
O mais provável, nesta altura, é que o grande caudal de iniciativas e eventos seja empurrado para 2021 e se prolongue até outubro desse ano.
Além das diversas exposições, de um congresso dedicado a Amália Rodrigues e de uma sessão com cem guitarristas em palco para homenagear a cantora e o também centenário Joel Pina (violista da “Rainha do Fado” durante 29 anos), estão previstos vários espetáculos, entre os quais um concerto de gala a realizar em novembro, no Centro Cultural de Belém, que inclui, entre outros, Caetano Veloso, Luz Casal e Ricardo Ribeiro. Para já, a realização deste espetáculo não estará em causa, mas tudo depende da evolução do combate à pandemia. Quem, de momento, não muda o calendário é o PCP. Prevista para o primeiro fim-de-semana de setembro (de 4 a 6) e mesmo sabendo-se que os trabalhos no recinto da Quinta da Atalaia começam habitualmente na primavera, a edição deste ano da Festa do Avante! continua calendarizada e sem alterações, garantiu à VISÃO o gabinete de Imprensa dos comunistas.