Parece uma anedota, mas vários teatros do famoso West End. em Londres, vão fechar para obras devido a um problema de falta de casas de banho para mulheres.
O Drury Lane, fundado com o nome de Royal – o mais antigo de Inglaterra, com data de 1663 – encerra já este fim de semana para obras de remodelação de quase 50 milhões de euros que contemplam 18 casas de banho para senhoras. O Old Vic, outro conhecido palco, vai arrancar com o acrescento de 12 toilletes por 3,5 milhões de euros e a casa do espetáculo Les Misérables, o Queen, vai fechar no verão para construir mais 18. O Novello, que exibe Mamma Mia!, e o teatro Noël Coward também vão fazer obras.
Parece não haver uma explicação óbvia para esta obsessão coletiva com as casas de banho, mas Rebecca Kane Burton, diretora executiva do grupo Andrew Lloyd Webber, que tem sete espaços no West End disse, ao The New York Times, que já era tempo de melhorar as condições.
“Venho ao teatro desde criança e lembro-me de ter que optar entre comprar um pacote de doces ou ir para a fila da casa de banho. Isso não deve ser uma escolha”.
Também não está posto de parte o efeito de mimetismo. No ano passado, vários teatros da Broadway, em Nova Iorque, desataram a acrescentar casas de banho nos seus edifícios para acabar com as longas e lentas filas de mulheres.
Esta semana, o The Stage – publicação londrina dedicada ao West End – brincava com a situação. “As mulheres que vão ao teatro precisavam de uma hora de intervalo se todas quisessem utilizar a casa de banho.”
Num estudo publicado no The Stage é indicado o rácio de toilettes por casa. O National Theater, reformulado em 2015, tem a melhor oferta. Uma casa de banho para cada 20 mulheres. A partir daí é sempre a descer. O Old Vic, por exemplo, tem uma para 56 senhoras.
Sabe-se que os teatros londrinos têm, muitas vezes, problemas em fazer determinadas obras de melhoramento porque são construções antigas protegidas por lei e têm de obedecer as várias regras, no entanto, há vários que contornaram já alguns “apertos” femininos ao permitirem que as casas de banho para homens sejam, também, utilizadas por mulheres. E há, também, espectadoras que resolvem atravessando a rua e entrando num restaurante.