O Museu Nacional de Arte Antiga recebe amanhã o retrato da Condessa de Verdun, Anne Catherine Le Preudhomme.
Pintado por Elisabeth Louise Vigée Le Brun, uma das mais importantes pintoras francesas da segunda metade do séc. XVIII, o quadro é propriedade do Novo Banco (faz parte da coleção de obras de arte do antigo BES) que agora assina um protocolo de cedência com o emblemático museu lisboeta.
As 97 pinturas que fazem parte da coleção do Novo Banco, e que terão um valor acima dos €10 milhões, serão todas alocadas a museus nacionais. Já em junho, será a vez da Guarda receber um conjunto de obras de autores portugueses, referiu à VISÃO fonte do Novo Banco.
Os protocolos de cedência com os museus – e o objetivo é ter pinturas em todos os distritos portugueses – será de cinco anos com renovação automática.
No dia em que se comemora o Dia Internacional dos Museus, 18 de maio, o retrato Condessa de Verdun será apresentado e, depois, ficará exposto de forma permanente. Refira-se que esta pintura nunca esteve exposta e faz parte do vasto património cultural que estava na posse do BES que, além de pinturas, inclui fotografia contemporânea, numismática e livros de estudos humanísticos.
Esta sexta-feira é, também, lançado o site nbcultura.pt onde se poderá ver e aceder a informações mais pormenorizadas sobre todo o acervo.
Entre os tesouros que o antigo BES foi acumulando ao longo de anos estão moedas com mais de dois mil anos, uma biblioteca quinhentista, quadros do séc. XVI ou cartas náuticas.
Em janeiro e abril deste ano foram cedidas, ao Museu dos Coches e ao Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, duas pinturas do séc. XVII.
O quadro que vai ser exposto em Lisboa, e que é um dos mais valiosos da coleção, terá sido pintado em 1782 por Elisabeth Louise Vigée Le Brun e retrata a sua melhor amiga, a Condessa de Verdun, numa altura em que esta teria cerca de 22 anos.
O Novo Banco já entregou, entretanto, em depósito, a Biblioteca de Estudos Humanísticos à Biblioteca da Faculdade de Letras de Lisboa e o Museu de Numismática pode ser visitado através de marcação, estando também acessível para alunos e investigadores de trabalhos académicos através de um protocolo com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
O destino da Coleção de Fotografia ainda não foi traçado. As mais de mil obras, algumas de grandes dimensões, obrigam a uma logística diferente e o Novo Banco que manter a coleção junta, diz a mesma fonte.
Há pouco mais de um ano, a VISÃO questionava para onde iria todo o património cultural do BES, que colapsou em 2014.