“Passei a vida, este tempo todo, para chegar aqui e conseguir fazer isto”, diz Rui Massena, sobre o álbum que chega agora às lojas, Ensemble. Solo, lançado no início de 2015, gravado em recolhimento em Alfândega da Fé, foi uma espécie de “terapia”, que o fez ultrapassar o trabalho intenso ligado ao projeto Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura, e a frustração que sentiu por ver chegar ao fim a vida da Fundação Orquestra Estúdio que ali criou.
Agora, volta ao seu habit natural: as orquestras. E escolheu uma com quem já tinha trabalhado mais do que uma vez; a Orquestra Sinfónica Nacional Checa. Chegou a Praga pouco tempo depois de aqueles músicos terem gravado a música que valeria, este ano, um Oscar para melhor banda sonora (composta pr Ennio Morricone para o filme Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino). A parte de piano foi gravada em Sintra, onde foi gravado, também, o vídeo de Estrada, um dos 13 temas do novo álbum.
Muitas vezes associado à sua presença no júri de um concurso televisivo (Got Talent Portugal), ao seu visual pouco consentâneo com uma vetusta tradição de maestros e música clássica, às suas experiências mais pop com bandas como os Expensive Soul ou os Da Weasel, Rui Massena sente que é facilmente “mal entendido”. Um sentimento que teve, também, depois de se ter comprometido com a candidatura derrotada de Luís Filipe Menezes à Câmara Municipal do Porto: “Não tenho filiação política nenhuma e, talvez com alguma ingenuidade, não estava à espera de ficar ligado a uma opção política, foi um ato de cidadania”, diz. E como vê o trabalho na cultura do atual presidente da Câmara, Rui Moreira? Massena não hesita: “Acho que está a fazer um ótimo trabalho”.
Veja aqui o vídeo de Estrada.